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C.A.S.U.L.O

{crônica em cor}



na minha vida – na minha vida de um tempo atrás -, nunca imaginei um propósito meu. nunca imaginei algo que me guiasse, que me movimentasse, que me fizesse tremer, estremecer. sempre achei longe demais essa coisa de sonho. preferia a vigília, os olhos abertos.

na minha vida – na vida de um tempo que é sempre agora, hoje e nunca antes ou depois -, eu me vejo, nitidamente, desfeita de muitas cascas e couraças que, ao me protegerem, me impediam de ver, sentir, gozar. Gozar do prazer de ter, sim, um propósito, um sonho, um desejo, um sol queimando minha pele e uma chuva molhando meu corpo.

as palavras. foram elas, são elas e é por elas que me reconheço, agora. as palavras e a forma como elas dançam em mim e por mim. foi a escrita que eu sempre amei, mas nunca assumi, que me liberta. que, na verdade, já havia me libertado desde sempre. desde as mais ingênuas e angustiadas páginas do meu diário adolescente. sempre. mas, eu, ingrata, amarrada, presa e infiel, negava, traía. Apagava. rasgava.

se a lagarta faz seu casulo e nele fica até que seu peso vire suas asas e ela, leve, seja levada pelo desejo de voar. se é assim. sou eu a lagarta que em seu casulo tece palavras, escreve, sente o peso virar asas coloridas e, quando leve, voa. voei. voamos.

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